Dicas e truques da instalação do Gentoo
A instalação do Gentoo permite abordagens muito flexíveis para diversos métodos de instalação. Como é quase impossível para inserir cada dica simples ou truque nas instruções de instalação, este documento tenta lidar com todas as dicas e truques apresentadas para fins de referência.
Introdução
Preliminares
Este documento contém várias dicas e truques para a instalação do Gentoo/x86. A maioria delas são discutidas de forma densa - elas são entendidas como um adendo às instruções de instalação e não como substituição.
Instalações avançadas
Software RAID
Se você não está familiarizado com software raid, por favor leia o Software-RAID-HOWTO.
Uma vez que você inicializou a partir do CD de instalação, carregue o módulo apropriado do RAID. Por exemplo, se você pretende usar o RAID-1:
root #
modprobe raid1
Quando você particionar os discos, certifique-se que suas partições usem fd
(Linux raid autodetect) como Tipo de Partição ao invés de 83
(Linux native). Você pode alterar o tipo de partição usando o comando t
no fdisk
.
Agora antes de começarmos a criar os conjuntos RAID, precisamos criar o nó do metadispositivo:
root #
mknod /dev/md1 b 9 1
root #
mknod /dev/md2 b 9 2
root #
mknod /dev/md3 b 9 3
Após particionar, crie o arquivo /etc/mdadm.conf (sim, no ambiente do CD de instalação) usando mdadm
, uma ferramenta avançada para RAID management. Por exemplo, para ter sua partição de boot, swap e root espelhada (RAID-1), cobrindo /dev/sda e /dev/sdb, você pode usar:
root #
mdadm --create --verbose /dev/md1 --level=1 --raid-devices=2 --metadata=0.90 /dev/sda1 /dev/sdb1
root #
mdadm --create --verbose /dev/md2 --level=1 --raid-devices=2 --metadata=0.90 /dev/sda2 /dev/sdb2
root #
mdadm --create --verbose /dev/md3 --level=1 --raid-devices=2 --metadata=0.90 /dev/sda3 /dev/sdb3
Você não deve usar qualquer forma de particionamento como RAID-0 ou RAID-5 na partição que você for inicializar. Além disto, o
--metadata=0.90
só é necessário para estes sistemas de arquivos críticos. Outros sistemas de arquivos podem usar os formatos de metadata mais recente.O drive de Software RAID do Linux vai começar a criar os metadispositivos. Você pode ver seu progresso no /proc/mdstat. Espere até os metadispositivos terem terminado completamente antes de prosseguir.
root #
mdadm --detail --scan > /etc/mdadm.conf
De agora em diante, use /dev/md1 para a partição de boot, /dev/md2 para a partição swap e /dev/md3 para a partição de root.
Antes de fazer chroot, não se esqueça de copiar /etc/mdadm.conf para /mnt/gentoo/etc.
Quando você estiver configurando seu kernel, certifique-se de ter o suporte RAID apropriado "no" seu kernel e não como módulo.
Ao instalar ferramentas extras, instale mdadm
também. Note que isto não está disponível em todos os CDs de instalação de modo que você não será capaz de instalar o Gentoo em um Software RAID ao usar uma instalação sem rede!
Ao configurar seu bootloader, certifique-se que este fique na MBR de "ambos" os discos se você usar espelhamento.
ATA RAID usando kernel 2.4
Certifique-se de iniciar seu CD de instalação usando a opção doataraid
. Uma vez iniciado, verifique o conteúdo de /dev/ataraid. Deverá conter vários disc* diretórios para cada disco rígido disponível no ATA RAID. Um espaço de disco inteiro é mostrado como disc enquanto que partições são mostradas como part*.
Anote os vários /dev/ataraid/disc*/* arquivos de dispositivos que você usa para instalar o Gentoo. Você precisará substituir os exemplos /dev/sda na instalação com estes caminhos.
Antes de fazer chroot, monte a estrutura /dev no novo ambiente:
root #
mount --rbind /dev /mnt/gentoo/dev
Quando configurar seu kernel, certifique-se de habilitar o suporte e opções para o seu chipset da ATA RAID. Por exemplo, um sistema popular ATA RAID é uma "Promessa de construção acelerada", caso em que você definitivamente precisa ter a opção Promise FastTrack Options
construída no teu kernel.
Quando configurar o GRUB, você primeiro tem que criar um disco de boot do GRUB. Isto não é tão difícil quanto você pensa. Primeiro instale o GRUB como você faria, mas quando você chegar na parte onde o GRUB está sendo instalado na MBR, siga as seguintes instruções:
root #
cd /boot/grub
root #
dd if=stage1 of=/dev/fd0 bs=512 count=1
root #
dd if=stage2 of=/dev/fd0 bs=512 seek=1
Você ainda precisa escrever seu arquivo grub.conf. Isto não é diferente das instruções de instalação, apenas certifique-se que o seu root=
aponta para o dispositivo ATA RAID.
Após finalizar a instalação, dê boot com seu disco de inicialização do GRUB. Você será recebido pelo prompt do GRUB. Agora configure o GRUB para dar boot a partir do dispositivo de ATA RAID:
grub>
root (hd0,x)
grub>
setup (hd0)
grub>
quit
Reinicie (com a mídia de boot removida).
Usuários do LILO podem seguramente usar as instruções mencionadas nas instruções de instalação.
Usando o CD de instalação do Kernel
Se você não quer compilar um kernel você pode usar o kernel do CD de instalação e copiá-lo para o seu sistema. Quando você chegar no ponto onde você é questionado à compilar um kernel, vá até outro terminal (pressione Alt + F2) e logue-se com a conta de root fornecida no início da instalação.
Copie todo o kernel e os módulos para o seu sistema Gentoo:
${KN} é o nome do kernel, geralmente algo como 'gentoo' ou 'smp'.
root #
cp /mnt/cdrom/isolinux/${KN} /mnt/cdrom/isolinux/${KN}.igz /mnt/gentoo/boot
root #
mkdir -p /mnt/gentoo/lib/modules
root #
cp -Rp /lib/modules/`uname -r` /mnt/gentoo/lib/modules
Para ter todos os módulos que estão executando atualmente (do CD de instalação) carregado durante a inicialização do Gentoo, execute o seguinte comando de dentro de um ambiente chroot:
root #
printf "modules\"" >> /etc/conf.d/modules
root #
cat /proc/modules | cut -d ' ' -f 1 >> /etc/conf.d/modules
root #
printf "\"\n" >> /etc/conf.d/modules
Verifique o conteúdo do /etc/conf.d/modules e atualize adequadamente.
Simplificando a instalação
Deixando seu Terminal
Muitas pessoas desejam sair do sistema quando ele está compilando. Em certos casos isto é bem difícil como a instalação é feita em um ambiente público onde você não pode confiar em todos. Se este for o caso, você quer ser capaz de executar a compilação em background e sair de todos os terminais.
Há várias possíveis soluções para isto. A primeira é usar o screen
. Após inicializar seu CD de instalação, defina sua senha de root e inicie um sessão de tela:
Nem todos os CDs de instalação fornecem o programa screen. Se este for o caso, você terá que usar um dos outros métodos descritos nesta seção.
root #
screen -S gentoo
Uma vez dentro de uma sessão do screen, você pode executar a instalação inteira. Quando quiser sair do seu terminal, pressione Ctrl + a, d (isto é, Ctrl e a ao mesmo tempo, depois seguido por um d) para "desconectar" sua sessão no screen. Você pode agora deslogar seu sistema de forma segura.
Para recuperar acesso ao seu terminal, logue-se como root novamente e "anexe-se" à sessão em execução do screen:
root #
screen -x gentoo
Se você não pode usar o screen, há ainda uma maneira de sair do seu terminal. Siga as instruções de instalação, mas quando você chegar ao ponto onde a "longa" compilação será iniciada (por exemplo a etapa ./scripts/bootstrap.sh
), use nohup
que permite um processo continuar mesmo que você saia. Não se esqueça de adicionar o "&", caso contrário o processo não será colocado em background! Lembre-se onde você está (o comando pwd
te mostrará isto) você precisará saber isto mais tarde.
root #
pwd
/usr/portage
root #
nohup ./scripts/bootstrap.sh &
Agora saia do ambiente de chroot (exit
) e da sessão de instalação do CD. Sua compilação continuará em background.
Quando desejar verificar a compilação, logue-se como root (no CD de instalação) e faça chroot novamente no seu ambiente e vá até o diretório de onde você parou:
root #
chroot /mnt/gentoo /bin/bash
root #
env-update && source /etc/profile
root #
cd /usr/portage
Agora use o comando less
no arquivo nohup.out que está localizado neste diretório. A compilação adicionará sua saída para este arquivo, assim se você deseja acompanhar o processo de compilação, execute less nohup.out
e pressione F
para acompanhar as mudanças. Quando a compilação terminar, você pode continuar para a próxima etapa das instruções de compilação.
Se você já estiver cansado de acompanhar as mudanças, pressione Ctrl + C seguido pelo q. Isto não irá parar o processo de compilação, apenas o processo do less
.
Consertando Erros/Problemas
Testes Extensivos dos seus Discos
Se você acha que a consistência do seu disco precisa ser cuidadosamente verificada (bad sectors e tal), você pode usar a opção -c
(c minúsculo) ao colocar os sistemas de arquivo ext2 ou ext3 nele (usando mke2fs
). Isto irá formatar, realizar um teste de leitura e marcar todos os bad blocks como tal. Se você for realmente paranoico, use -c -c
para formatar seu disco e realizar um extensivo teste de escrita/leitura.
root #
mke2fs -j -c /dev/sda3
Recuperando-se de uma instalação com defeito
Se por alguma razão a instalação do seu Gentoo falhou, você não tem que refazer toda a instalação tudo de novo. Em vez disto, você pode seguramente "ir" ao ponto onde você acha que cometeu um erro (ou onde você acha que as instruções falharam) e tentar uma abordagem diferente.
Antes de tudo você precisa fazer chroot de volta no seu ambiente Gentoo Linux. Siga as instruções de novo, mas ignore os passos de particionamento caso já estejam criadas e até mesmo preenchidas. Portanto, você pode montar imediatamente estas partições no /mnt/gentoo. Você também deve ignorar os passos sobre a extração do stage e modificação do make.conf - você não quer sobrescrever seus arquivos, não é?
Uma vez feito o chroot dentro do seu ambiente do Gentoo Linux, vá imediatamente ao passo onde você acha que deve tentar uma abordagem diferente. Não refaça os passos como bootstrapping e tal, a menos que este seja o lugar onde você acha que as coisas deram errado.
Por exemplo, se você acredita que tem um grub.conf mal configurado, você pode imediatamente abrir seu editor de texto e atualizar o /boot/grub/grub.conf.
Depois de ter tentado uma abordagem diferente para sua situação, você deve considerar quanto das etapas subsequentes você precisa executar novamente. Se os passos subsequentes estão dependentes da sua mudança, você precisará refazê-los também.
Por exemplo,
- Se você tiver alterado uma variável dentro do make.conf você precisará fazer toda a compilação subsequente uma vez que estes dependem das configurações dentro do make.conf
- Se você tiver alterado o /boot/grub/grub.conf você pode imediatamente sair do ambiente de chroot e reiniciar como nenhum passo subsequente está dependente do grub.conf
- Se você tiver recompilado seu kernel você precisa apenas certificar-se de que as configurações do seu bootloader apontam para a imagem correta do kernel (verifique novamente que você tenha montado seu /boot!), então você pode sair do ambiente de chroot e reiniciar
- Se você tiver alterado o /etc/fstab você pode sair do ambiente de chroot e reiniciar
Como você pode ver, para maioria das operações de recuperação, você pode reiniciar imediatamente. Apenas em alguns casos você precisa refazer os passos de instalação subsequentes.
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